Mais de 60% do transporte de cargas e mais de 90% dos deslocamentos de passageiros do Brasil são feitos por rodovias. Com o objetivo de oferecer um panorama atual da malha rodoviária brasileira, essencial ao planejamento e à operação de transporte, a CNT e o SEST SENAT pesquisaram mais de 107.000 km durante 30 dias de coleta em campo. Foram avaliados aspectos do pavimento, da sinalização e da geometria da via, o que permite a classificação dos trechos como ótimo, bom, regular, ruim e péssimo.
Alguns dados mais relevantes:
– O modal rodoviário, em particular, caracteriza-se pela sua capilaridade, flexibilidade e capacidade de integração com os demais sistemas de transporte. No Brasil, esse modal destaca-se por sua significativa participação na matriz de transporte, sendo responsável por mais de 61% da movimentação de mercadorias e por 95% da de passageiros. Denota-se, assim, a sua relevância para o desenvolvimento das cadeias produtivas e para a coesão da sociedade em geral
– A experiência dos usuários das vias, no modal rodoviário, é influenciada, em grande medida, pela existência de pavimentos e pela qualidade da sua execução e manutenção. Nesse sentido, verifica-se que há no Brasil, proporcionalmente à sua malha rodoviária total, uma extensão muito reduzida de vias pavimentadas. Conforme indicado no Sistema Nacional de Viação – SNV1, há no país 213.453 km de rodovias pavimentadas e 1.507.248 km de rodovias não pavimentadas2, que correspondem, respectivamente, a 12,4% e 87,6% da extensão total. Tal distribuição tem impactos não apenas na segurança e no conforto dos condutores e passageiros mas também no desgaste dos veículos, nas velocidades desenvolvidas e nos tempos de viagem, entre outros.
– Do total de rodovias avaliadas, 57,0% possuem algum tipo de deficiência (35,2% encontram-se em estado Regular; 15,3%, Ruim; e 6,5%, Péssimo) seja no Pavimento, na Sinalização ou na Geometria da Via.
– Do total avaliado, 47.895 km (44,7% do total) apresentam problemas de Sinalização, sendo 24,5% classificados como Regular; 10,0%, como Ruim; e 10,2%, como Péssimo. Entre outros problemas comumente identificados, há trechos com placas e faixas centrais e/ou laterais inexistentes.
– Para que o condutor possa trafegar na rodovia com segurança, entre outros fatores, é necessário que ele tenha conhecimento da velocidade regulamentada para o trecho em que ele esteja dirigindo. Nesse sentido, as placas de regulamentação de velocidade têm papel fundamental para informar o limite em que os veículos podem trafegar de forma segura. Segundo levantamento de campo, 19.502 km (18,2%) da extensão avaliada não têm qualquer placa que indique o limite de velocidade da rodovia e, em 87.659 km (81,8%), esses dispositivos estão presentes.
– Situações atípicas (pontos críticos) e que podem trazer riscos à segurança dos usuários também são identificadas na Pesquisa CNT de Rodovias. Nesse caso, é feito o registro fotográfico, além do cadastro da sua localização georreferenciada. Desse modo, é possível acompanhar a sua evolução a cada edição da Pesquisa.Em 2018, foram identificados 454 trechos com pontos críticos, sendo 13 com quedas de barreira, 4 com pontes caídas, 124 com erosões na pista e 313 com buracos grandes. Situações essas que, em geral inesperadas, colocam em risco a segurança dos usuários das rodovias.
Para ler a pesquisa completa, acesse: https://pesquisarodovias.cnt.org.br/Paginas/relatorio-gerencial